Foto de arquivo
A Siemens Gamesa informou, na passada segunda-feira, os trabalhadores, que cerca de 220 serão despedidos. “Baixa de encomendas” é a justificação para este despedimento coletivo.
De acordo com notícia avançada pelo Diário de Aveiro, não serão apenas os trabalhadores temporários, mas também funcionários do quadro (alguns com 10 e 15 anos de casa) que vão deixar a empresa, tida como referência no setor das eólicas.
Este despedimento coletivo apanhou os trabalhadores de surpresa, uma vez que existia a expetativa da empresa poder recorrer a medidas como o lay-off para tentar manter a força laboral.
Esta unidade, localizada em Soza, concelho de Vagos, junto à A17, foi fundada em 2009, como Ria Blades, sendo adquirida, em 2020, à Senvion pelo grupo Siemens Gamesa, para reforço da produção de pás eólicas, num negócio – que envolveu outros ativos – avaliado em 200 milhões de euros.
O anúncio deste despedimento coletivo em Vagos surge um mês depois de o grupo alemão ter sido elogiado pela Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C), entidade que coordena a aplicação dos fundos europeus em Portugal.
No âmbito do programa de apoios às empresas Compete 2020, fora atribuído à empresa um incentivo de 5,2 milhões de euros para um investimento elegível de 34,9 milhões de euros, para instalação de seis novas linhas produtivas. O objetivo era o de atingir uma capacidade anual de produção de cerca de 230 conjuntos de pás eólicas até 2025. Porém, segundo foi agora comunicado, a empresa é obrigada a avançar com um despedimento coletivo pelo facto de ter tido uma redução de encomendas.
A empresa estava essencialmente focada na exportação e chegou a ter mais de 1000 trabalhadores, sendo mesmo não só o maior empregador do concelho de Vagos, como também um dos maiores da região centro.