Rui Cruz é o candidato do PSD à presidência da câmara municipal de Vagos nas eleições autárquicas de 2025. “Gostaria de acabar a minha carreira política onde comecei. Depois dos cargos políticos por onde passei, cheguei à conclusão de que o sítio onde fui mais feliz e que me deu mais prazer foi servir as pessoas na câmara de Vagos”, disse o antigo autarca à Lusa.
A escolha de Rui Cruz decorreu de um processo de seleção conduzido pela Comissão Política (CP) de Secção do PSD de Vagos, após o anúncio da indisponibilidade do atual presidente da câmara, Paulo Sousa. Juan Martins, líder da concelhia, detalhou um “processo ponderado, transparente e com evidência científica”: “Definimos critérios como competência, capacidade, ligação à comunidade e o perfil adequado para liderar o município” e, até 31 de dezembro, os militantes puderam apresentar candidaturas, com Rui Cruz e Nuno Moura a avançarem.
“Nas primeiras semanas de 2025, ambos foram submetidos a uma análise de perfil e a audições perante a comissão política, onde apresentaram os seus projetos para o concelho”. Como preenchiam os critérios, foi realizada uma sondagem para aferir qual estava melhor posicionado para a corrida eleitoral e Rui Cruz revelou maior aceitação popular. “Seguindo o regulamento, considerou-se tanto a avaliação inicial quanto os resultados da sondagem para tomar a decisão final”, concluiu.
Agora, o candidato social-democrata, que foi presidente da câmara de Vagos de 2001 a 2013, inicia a construção das listas e do programa eleitoral, contando com o envolvimento dos autarcas locais e da comunidade. A apresentação oficial da candidatura está agendada para 21 de março, no jantar comemorativo dos 50 anos da CP de secção do PSD de Vagos.
Nuno Moura, que também pretendia liderar a candidatura, expressou “tristeza” e “desilusão” com o desfecho, mas reconheceu a decisão. “Sou da opinião que pela forma como as coisas aconteceram ao longo dos últimos anos e como cada um dos candidatos se apresentou, o processo não devia ter chegado a este ponto. Mas estou consciente que com o prenúncio de uma candidatura independente por parte de Rui Cruz poderia levar a que o PSD se dividisse e assim essa questão fica ultrapassada”, afirmou, em comunicado, defendendo, ainda assim, que, mesmo com a popularidade de Rui Cruz, a sua candidatura ainda garantiria a vitória para o PSD, segundo os resultados da sondagem.
Como consequência da decisão, Nuno Moura pediu a sua substituição como representante do PSD no programa da Vagos FM e como líder da bancada municipal. “Estas decisões foram tomadas num princípio de respeito e sem qualquer rancor. Certamente compreenderão que, para mim, será desconfortável manter-me nestas condições”, justificou.
Afonso Ré Lau