João Tiago Castelo Branco foi, no passado dia 28 de março, reeleito presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP Anadia.
Embora diga que o resultado eleitoral registou grande afluência (ainda que sem revelar números à comunicação social), “fruto de um crescimento de militantes em 200%”, o projeto por si liderado pretende ser uma força alternativa no panorama político anadiense. Dialogar, concertar sinergias, fomentar o papel interventivo da sociedade civil são alguns dos propósitos desta equipa, que reúne um conjunto de pessoas das mais variadas áreas profissionais (ver caixa).
Acaba de ser reeleito para a presidência da Concelhia do CDS-PP Anadia. Quais são as prioridades para este mandato?
A presente equipa pretende ir ao encontro dos seus militantes estimulando a sua participação. Implementar um amplo espaço de diálogo com vista à reflexão conjunta dos problemas que afetam o quotidiano dos anadienses, abrir o espaço político às ideias dos cidadãos, responsabilizando-os e incentivando-os à participação ativa, constitui a linha orientadora desta equipa.
Pretende, igualmente, fomentar o confronto de ideias, de experiências geracionais, para que possa constituir uma força inovadora e de esperança na construção de um futuro sólido, promissor e sadio para as gerações vindouras.
Dentro em breve, o CDS-PP Anadia irá tornar público o seu plano de atividades, do qual destaca um ciclo de Conferências/Debates para os quais convida a população a participar.
O João Tiago tem sido um crítico acérrimo da gestão camarária liderada por Litério Marques. Aponte três situações em que, se fosse Presidente de Câmara, atuaria de forma oposta.
Ao longo destes três anos de mandato, o Grupo Municipal do CDS-PP Anadia tem apresentado mais requerimentos, propostas e soluções, do que todos os restantes deputados juntos (PSD/PS/PCP). Foi o Grupo que mais trabalho apresentou pelo concelho, com alternativas credíveis e sustentáveis, com verdade e seriedade, indo ao encontro das necessidades reais da população.
Começaria, desde logo, na mudança de atitude pois, para decidir bem e prosseguir o interesse público, é preciso, em primeiro lugar, ouvir os munícipes, para depois ser mais assertivo no serviço prestado à população. Atuaria de forma diferente nos pilares da Ação Social, da Organização do Território e no apoio ao Tecido Empresarial.
Que dados tem sobre a revisão do PDM no concelho?
A revisão do PDM de Anadia tem sido uma das grandes prioridades do CDS-PP Anadia. Na última Assembleia Municipal, a 27 de fevereiro, o presidente de Câmara respondeu que o executivo estava a tratar da documentação em falta no âmbito da revisão do PDM mas que suspendeu os trabalhos, devido aos processos em que o Ministério Público acusa a Câmara de ilegalidades muito graves, cuja perda de mandato, no meu entendimento, se torna extemporânea, o que não invalida a necessidade de se apurarem responsabilidades. O PDM existente foi implementado há 15 anos, inviabilizando o crescimento económico, potenciando a construção de casas/indústrias ilegais, prejudicando a população do concelho. A situação atual do PDM é da responsabilidade do presidente de Câmara, que constrói como se de um privado se tratasse, atuando com interesses conflituantes.
Qual a sua opinião sobre a regeneração urbana da cidade?
Há muito que denunciámos procedimentos que não são prioritários. Sob a capa de requalificações urbanas são desperdiçados rios de dinheiro em estacionamentos subterrâneos, passeios milionários, sem qualquer tipo de acessibilidades para quem delas necessita. Continuam a aumentar as casas devolutas e em risco de ruína e a inexistência de passeios em locais onde efetivamente fazem falta. Com tantas fábricas no concelho, em situação tão difícil, e com tantos anadienses desempregados, a autarquia de Anadia assina contratos com empresas de outros concelhos, cujos empregados também não são de Anadia, e escolhe, com acentuado mau gosto, materiais como o granito, em detrimento de materiais de qualidade e típicos da região.
O desenvolvimento das zonas industriais tem sido bem conduzido?
O CDS-PP Anadia, ouvindo os empresários, denunciou o despesismo e o desregramento em zonas industriais medíocres que não trouxeram para Anadia nem empresas, nem emprego, potenciando, sim, o abandono de pessoas (singulares e coletivas) para outros destinos. Houve algumas alterações, nomeadamente em Vilarinho do Bairro, cuja zona industrial começa a ter equipamentos e infraestruturas adequados. Houve alterações, mas o mal já está feito e agora há que apoiar o tecido empresarial existente com sinais concretos, como a redução/eliminação da derrama e a transmissão de prédios para empresas a custo zero ou controlados.
Como é que a autarquia deve apoiar as famílias que se encontram numa situação de fragilidade económica, face à conjuntura?
O CDS-PP Anadia tem dedicado o seu mandato a apresentar soluções para este flagelo, mas a Câmara ignora todas as nossas propostas. Propusemos a criação de uma Loja Social; a suspensão do Boletim Municipal e a utilização racional de energia; alertamos para o facto do Fundo Social estar a ser subaproveitado e para a necessidade de redução da percentagem de IRS e IMI, que beneficiaria as famílias. Apresentámos mais de 20 formas de apoio, desde redução das taxas dos serviços municipais; comparticipação em medicamentos, pagamento da vacina da gripe, sobretudo aos idosos e crianças, ajuda em tratamentos e consultas, nomeadamente facilitando os transportes; comparticipação em passes sociais; ajuda às famílias com filhos a estudar, desde bolsas de estudo, refeições e livros escolares; atribuição de vales de alimentos, alargamento do horário dos refeitórios existentes e/ou a criação de cantinas sociais; apoio na recuperação de habitações degradadas; construção de habitações sociais, entre outras. As medidas de apoio apresentadas pelo CDS-PP Anadia são de fácil execução e a custos baixos para a autarquia.
Eleitos
Mesa do Plenário: Presidente: Sidónio Carvalho Simões; Vice-Presidente: Silvia Margarida Braga; Secretária: Maria Manuel Silva.
Comissão Política: Presidente: João Tiago Castelo Branco de Azevedo; Vice-Presidentes: Ana Maria Rodrigues Soares; António Manuel Pimentel; Olga Cristina Oliveira; José Luciano Gomes; Maria Isaura Ferreira; Secretário: Pedro Filipe Coelho.
Delegados à Assembleia Distrital: Maria de Fátima Casimiro; Nuno Miguel Ferreira; Luís Filipe Oliveira; José Luciano Gomes; Pedro Filipe Coelho.
Catarina Cerca
catarina@jb.pt