A Câmara de Aveiro decidiu alterar o regime de taxa de juros de fixo para variável do empréstimo de 58 milhões de euros contraído junto da Caixa Geral de Depósitos, o que vai permitir poupar cerca de 1,47 milhões de euros por ano.
A alteração consta de uma adenda ao contrato de empréstimo que foi aprovado por unanimidade pela Assembleia Municipal na quarta feira à noite e “já se vai fazer sentir no próximo mês de maio, quando for paga a próxima prestação”, disse hoje à Lusa a vereadora responsável pelo pelouro das finanças, Ana Vitória Neves.
Segundo os dados que constam na adenda, o município irá passar a pagar juros de acordo com uma taxa variável indexada à Euribor a seis meses mais spread de 1,75 por cento em vez de uma taxa fixa a 5,9 por cento como vinha a acontecer desde o inicio do contrato, em Novembro de 2007.
Com esta mudança, adiantou a autarca da maioria PSD/CDS, a Câmara vai poupar cerca de 1,47 milhões de euros, que representa metade do valor que está a ser pago actualmente.
Ana Vitória Neves referiu ainda que dos 58 milhões de euros do empréstimo previsto no plano de saneamento financeiro da Câmara de Aveiro, já foram usados 50 milhões, havendo oito milhões disponíveis.
O PS apresentou um requerimento para que sejam facultados “todos os números” relacionados com a renegociação do empréstimo o que permitirá, como garantiu o líder da bancada dos socialistas na Assembleia Municipal, Raul Martins, demonstrar “as asneiras” cometidas.
O deputado do PS fez as contas e diz que “no último ano deitou-se borda fora mais de 2,5 milhões de euros”, aludindo aos custos que a autarquia teve de assumir por ter optado pela taxa fixa.
“Se isto acontecesse em qualquer empresa privada os senhores já estavam despedidos há muito tempo, ou então estavam com um processo crime em cima”, adiantou Raul Martins, que classifica esta operação como “uma vergonha”.
Ainda assim, o deputado socialista admitiu que, “no curto prazo, este negócio é efectivamente bom, relativamente àquilo que existe”.