O Restaurante Batista, localizado no Outeiro de Cima (Mogofores), está a completar 20 anos de existência. Para celebrar tão significativa data juntou, no passado sábado, 170 pessoas (familiares, colaboradores, fornecedores, autarcas e amigos) à volta de dois porcos no espeto. A festa, que incluiu animação com conjunto e bailarico, terminou pela noite dentro, sem que antes a família tivesse apagado as 20 velas do bolo, que simbolizaram duas décadas de actividade do restaurante.
É um dos mais conhecidos restaurantes do concelho de Anadia e da região. As espetadas na brasa deram-lhe fama e, juntamente com alguns pratos da gastronomia regional (chanfana e negalhos), continuam a atrair os comensais, ao almoço e ao jantar, provenientes de vários pontos da Bairrada e da região Centro.
Pelas mãos dos ex-emigrantes (na Venezuela) Manuel Batista e da esposa Maria Fé Batista, o restaurante cresceu de uma forma equilibrada, contudo o proprietário não deixa de mostrar algum desânimo face às circunstâncias actuais. “É um facto que as dificuldades económicas, os elevados impostos, as muitas regras e exigências e a crise social que o país e a região atravessam trazem muito menos gente ao restaurante nos dias que correm”, diz.
Aliás, Manuel Batista reconhece que a primeira década de vida foi muito positiva, apesar da natural dificuldade sentida quando se começa com um projecto desta natureza.
“Não foi fácil, isto aqui era um deserto e não havia nada”. As dificuldades foram ultrapassadas e, graças a uma cozinha cuidada e de qualidade, o restaurante foi ganhando fama que rapidamente se espalhou. Vieram anos muito bons, com as salas a encher várias vezes. Hoje, reconhece que a situação é bem diferente e a quebra de clientes é evidente, o que faz com que saia muito menos comida.
Manuel Batista reconhece ainda que os vários anos em que esteve emigrado foram uma grande escola, que o ajudaram a definir o que queria. O projecto, como tantos outros, nasceu pequeno. A obra arrancou em 1984, embora diferente, pois a ideia inicial que tivera em 1979, aquando de umas férias à terra natal, era a de montar um café com uma sala para petiscos, o que não chegou a acontecer. Em 1989, o restaurante foi finalmente mobilado e recheado. As portas abriram-se a 7 de Julho de 1990, ano em que o proprietário regressou definitivamente a Portugal. Seguiu-se uma década de sucesso, que o catapultou para o patamar das casas mais frequentadas da região, até que, em 1998, houve necessidade de aumentar o restaurante. O espaço triplicou e as obras profundas deram-lhe uma maior imponência. Hoje, possui várias salas (450; 130 e 80 pessoas) aptas a realizar o mais variado tipo de banquetes: casamentos, comunhões, baptizados e reuniões empresariais. O snack-bar pode acolher 60 clientes.
“O que hoje temos devemos ao muito esforço, dedicação, carinho e grande qualidade das carnes e peixes que utilizamos”, diz Manuel Batista, reconhecendo que as espetadas foram uma aposta vencedora, assim como os ossinhos de vitela na grelha ou o churrasco de vitela. O segredo diz estar na qualidade da matéria-prima, no tempero e na forma de confeccionar os grelhados. Segredos que só ele e o filho (Lino Manuel) sabem e que mantêm religiosamente guardados.
Quanto ao futuro, acredita que melhores dias virão, já que este restaurante de cariz familiar pretende continuar a servir com muita qualidade todos os clientes e amigos, muitos dos quais se mantêm fiéis desde a abertura da casa.
CC