O Ministério Público (MP) decidiu arquivar o processo relativo à queda parcial da ponte de Lamas do Vouga, em Águeda, que provocou um ferido, informou hoje fonte judicial.
Segundo a mesma fonte, o MP considerou não haver responsabilidade criminal no acidente que aconteceu a 12 de novembro do ano passado, decidindo arquivar o processo.
Durante o inquérito, o procurador ouviu o presidente e o vice-presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais e Jorge Almeida, respetivamente, para esclarecer eventuais responsabilidades por parte da autarquia, que é a dona do equipamento, mas concluiu que não houve negligência.
“A ponte já estava em mau estado e a Câmara e a GNR tomaram as medidas possíveis para que não acontecesse nada, mas as pessoas não faziam caso disso e arriscavam atravessar a ponte”, referiu a mesma fonte.
O mesmo responsável referiu ainda que a Câmara chegou a colocar barreiras de cimento para impedir a circulação, já que as barreiras metálicas que existiam no local foram retiradas.
A ponte de Lamas do Vouga, situada na antiga Estrada Nacional n.º 1, ruiu parcialmente a 12 de novembro do ano passado, tendo provocado ferimentos num homem de 39 anos, que não deu pela falta do tabuleiro central e caiu ao rio Vouga de uma altura de sete metros.
A travessia já se encontrava encerrada ao trânsito há cerca de um ano, por “não garantir segurança”, na sequência de uma inspeção encomendada pela Câmara de Águeda a uma empresa especializada.
A Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural da Região de Aveiro (ADERAV) já apelou para a recuperação daquele “ex-libris” da região, sustentando que a travessia “tem uma articulação e beleza raramente alcançadas em obras do seu género”.
Em novembro de 2011, o vice-presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, disse que a autarquia estava disposta a recuperar a travessia se o Governo financiasse a obra.
“Nós não estamos contra a ponte. Que fique claro que a Câmara de Águeda está recetiva à recuperação da ponte se o Governo estiver disposto a financiar a obra, porque a autarquia não tem capacidade financeira para a realizar”, disse o autarca à Lusa.