Em terra de bom vinho e espumante, será de estranhar ouvir-se falar em… cerveja artesanal. Mas Igor Pinto e Pedro Figueiredo ambicionam um dia, poder colocar a Guinata à mesa dos bairradinos.
“Depois de provarmos e apreciarmos algumas cervejas artesanais portuguesas e estrangeiras, a convivência com uns amigos que já produziam e nos deram a conhecer um pouco o mundo da cerveja artesanal, foi algo que nos despertou a curiosidade para a produção inicial, levando-nos no desafio de experimentar e evoluir na produção de um produto sem história e tradição, no coração da Bairrada”, afirma Igor Pinto.
É entre cubas e o aroma da fermentação das uvas bairradinas que a Guinata se vai desenvolvendo a partir de métodos artesanais. Os pais de Igor e de Pedro são produtores de vinho e é numa adega que a Guinata toma forma. Para já, exclusivamente para consumo próprio. “E para dar a provar aos amigos”, acrescenta Pedro Figueiredo, frisando que o feedback tem sido “100 por cento positivo”.
“Criámos uma página no facebook para partilharmos com os nossos amigos o dia a dia e evolução desta nossa aventura, o que gerou uma enorme onda de interesse, com muita gente a querer saber onde provar e comprar.” Mas a Guinata está ainda em fase embrionária. “Estamos a aceitar sugestões, a ouvir opiniões, a aprimorar outras receitas, a indagar sobre os apoios, a questionar prós e contras, e temos ainda algumas dúvidas sobre o que é necessário para legalizar e comercializar a marca.”
A formação adquiriram-na inicialmente em dois workshops, no Porto e Lisboa; fizeram vários testes e apostaram em equipamentos de produção especializados. “O objetivo será um dia podermos comercializar a nossa cerveja artesanal. Percebemos que é um projeto com viabilidade, inovador em terras bairradinas e que poderá ter grande aceitação, mas devido à conjuntura atual dos mercados é um risco”, acreditam os jovens guinatos.
Uma cerveja 100% artesanal
Trigo e Ruiva são os dois tipos de cerveja Guinata genuína para já produzida por Pedro e Igor. Ambas com receitas originais aperfeiçoadas e testadas, “criadas por nós, de raiz”. Até à data, foram produzidos 100 litros desta cerveja que, diz quem provou, é completamente diferente das cervejas comercias. “Mesmo quem diz que não gosta de cerveja, gosta desta. Difere no sabor, no corpo é mais densa e com aromas florais”, explicam. É 100% água, malte e lúpulo, não é filtrada, CO2 (gás) naturalmente produzido pelas leveduras, não contém corantes nem conservantes e não leva açúcares adicionais.
Afirmam que acompanha tudo à mesa, “até leitão da Bairrada”. Atestam-na mesmo como uma “cerveja artesanal gourmet”.
Cada produção é muito restrita, o que leva a produtos com resultados finais muito interessantes e diversificados e poderá demorar no mínimo um mês, dependo do tipo de cerveja que se está a produzir. Produz-se, deixa-se fermentar e só depois vai para a garrafa, para maturar. Após um breve estágio na garrafa, está pronta a ser consumida. Esperamos ver a Guinata muito em breve nas prateleiras do supermercado mais próximo.
Oriana Pataco
oriana@jb.pt
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