Embora a reorganização do mapa judiciário e o encerramento de escolas do primeiro ciclo tenham sido os temas mais “quentes” da assembleia municipal, realizada na tarde da última segunda-feira, a bancada do PSD levantou algumas questões que, pela sua atualidade e importância, não passaram despercebidas.
José Manuel Carvalho, líder da bancada “laranja”, trouxe um assunto bem caro às gentes serranas do concelho de Anadia: o abastecimento de água que, nesta época do ano, é sempre motivo de notícia, pelas piores razões, nalguns lugares da freguesia de Avelãs de Cima.
O deputado lamentou que, relativamente ao abastecimento de água, “um bem essencial à vida e do qual algumas populações estão impedidas”, subsistam localidades com ausência de água canalizada, referindo que, enquanto presidente da Assembleia de Freguesia de Avelãs de Cima, teve acesso a uma petição popular, da aldeia do Corgo de Baixo, a solicitar uma solução para a falta de água. Esta aldeia, destruída pelo incêndio de 2005, foi reconstruída e ali residem presentemente 18 pessoas. O PSD defende que, para aquele lugar, seja encontrada uma solução técnica similar à de Ferreirinhos, ou seja, que através da construção de um depósito se abasteçam os domicílios.
Já no caso de Ferreirinhos, o deputado alertou para a necessidade de fazer a ligação num depósito já construído pela Câmara Municipal, em terreno cedido por populares para a sua construção, na medida em que a água disponível não tem sido suficiente para abastecer toda a povoação. Paralelamente, veio a lume também o caso da Mata e Figueira, aldeias abastecidas por um depósito, mas que recentemente, voltou a obrigar a um vaivém de camiões carregados de água, porque em algumas alturas do dia as povoações ficavam sem água.
Autarca explica e avança soluções. A presidente de Câmara, Teresa Cardoso, mostrou-se surpresa com a existência de uma petição que desconhecia: “curiosamente não tenho qualquer ofício e a JF nunca se manifestou sobre essa necessidade”, deixando ainda a nota que, após a reconstrução da aldeia do Corgo menos pessoas ficaram a residir no lugar, estando a Câmara Municipal “a avaliar os custos para a construção de um depósito no local”.
Já em relação a Ferreirinhos, a presidente avançou que, durante a próxima semana, o sistema de bombagem será instalado e que o transporte de água só aconteceu devido à existência de um grande desvio de água da rede, que considerou ser mesmo “um caso de polícia”, já detetado pelos serviços e que impossibilitava que a água chegasse ao depósito e abastecesse aquelas povoações. Uma situação já normalizada.
Quanto à interrupção da construção da Pista de BMX, junto ao Velódromo de Sangalhos, questão levantada por Artur Salvador (PSD), a edil explicou já estar definida a dimensão da pista – que será olímpica – assim como está a ser articulado o orçamento, com a calendarização para iniciar a obra.
Graciete Crasto, também do PSD, questionou Teresa Cardoso sobre o processo do Domus Café, localizado na Praça da Juventude, cujo direito de exploração foi adjudicado em concurso público à VITI – Escola Profissional de Anadia.
Um processo que abortou já que a VITI não conseguiu alterar os seus estatutos. Perante o impasse, a câmara revogou a decisão, sendo certo que se prepara para abrir um novo concurso público. A edil veio agora explicar que a revogação era inevitável, embora a Câmara a tenha protelado porque acreditava que tudo se resolveria. Ao abrir um novo concurso, este terá ligeiras alterações ao caderno de encargos: o prazo de concessão será por cinco anos e não dois, com possibilidade de renovação de três anos.
Catarina Cerca