Cantanhede inaugurou, na passada quinta-feira, dia 23, a 25.ª edição da Expofacic. Apesar de confirmada a presença da ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, esta chegaria com duas horas de atraso, pelo que a cerimónia inaugural, acabou por se fazer sem a sua presença. Caberia a João Moura, presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, a Maia Gomes, presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede e a Luís Roque, presidente da Associação Industrial de Cantanhede, presidirem ao evento e proferir os discursos da praxe, este ano com uma série de recados ao governo, mas também ao poder local.
Contudo, na visita que realizou ao certame, horas mais tarde, Assunção Cristas enalteceu a feira e a dinâmica que representa em termos das áreas agrícola, comercial e industrial, dando os parabéns à organização pelo patamar de qualidade atingido.
No ano em que o maior certame da região completa 25 anos de existência, Luís Roque, presidente da AEC (Associação Empresarial de Cantanhede) proferiu o discurso mais crítico, realçando que os princípios que nortearam a fundação da Expofacic, não são os mesmos que, hoje, regem a feira. A seu ver o certame, é, hoje, “uma grande festa de todo o município, com um grande festival de verão de música, uma mostra de gastronomia local e nacional, cultura, diversão, feira de ano de grande dimensão, um espaço animal muito rico em variedade, mas uma pequena mostra do tecido empresarial do município de Cantanhede”. Por isso, apelou ao edil João Moura para a urgência de “após 25 anos, se parar para pensar em conjunto e se estabelecer uma verdadeira parceria entre as forças vivas do concelho e o município, em torno da Expofacic e do que se pretende da mesma”.
Depois dos recados à autarquia, Luís Roque apontou baterias à tutela. Lamentou que o Estado seja um mau exemplo: “o Estado tem de gastar menos”, criticando a atual reforma do IRC que diz ser “incompreensível”. Criticou ainda a complexidade de regulamentos e procedimentos no âmbito do Portugal 2020. “Portugal é mais complexo que a União Europeia em burocracia”, lamentando, no que toca à agricultura e agro-industria, a fraca aposta na produção nacional.
Maior e melhor certame do país. Por seu turno, Maia Gomes, presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede, referiu-se ao ato simbólico do dia, com grande significado para a comunidade de Cantanhede. “É tempo de muito entusiasmo, alegria e orgulho coletivo”, já que o certame oferece uma programação de onze dias bastante diversa e atrativa” que vai permitir aos visitantes desfrutar daquele que é um dos melhores e maiores certames do país.
Maia Gomes referiu-se ainda às bodas de prata como um reconhecimento a todos os executivos camarários que possibilitaram o crescimento da Expofacic, ao longo dos anos.
Um certame que, este ano, integra várias novidades: cinco linhas de transporte gratuito para visitantes, pulseiras de segurança para os mais pequenos, exposições, noite branca a favor bombeiros, painéis interativos, seminários e um cartaz de luxo.
A seu ver, o sucesso da feira deve-se a um planeamento cuidado e muito trabalho que começa no executivo e termina na comissão organizadora, sendo igualmente reflexo do desenvolvimento sócio-economico que o concelho conheceu nos últimos anos.
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