Está decidido: a comunidade vaguense metaleira vai ter festival de Heavy Metal, em Vagos. “Os laços criados não serão rompidos, mas antes reforçados”, confirma a autarquia, que anunciou o novo evento para os dias 13 e 14 de agosto. Para alegadamente compensar, a deslocalização do “Vagos OpenAir” que voou para a Quinta da Marialva, em Corroios, admite o presidente da Câmara.
Para Silvério Regalado, o festival vinha marcando, “de forma indelével”, a vila de Vagos e a região centro. Razões de sobra para que a edilidade pretenda assegurar a sua realização. “Será a melhor forma de demonstrar o respeito por todos aqueles que, durante anos consecutivos, nos deram o privilégio e a honra de nos visitar e de conviver com as nossas gentes”, reconhece o presidente da Câmara.
Com epicentro na Quinta do Ega, o novo festival resulta de um protocolo, firmado entre a Câmara Municipal e um consórcio de prestígio, cuja experiência, segundo a autarquia, se alia à qualidade. Para além de constituir ponto obrigatório de visita a Vagos e à região centro, o evento “disputará atenções com os melhores festivais ibéricos”, assegura a edilidade.
Prejuízos acumulados. O “Vagos OpenAir” começou por realizar-se em Calvão, passando depois para Vagos, sendo no espaço da Quinta do Ega que ganhou “asas”. A mudança, ao que apuramos, ficou a dever-se à falta de acordo, entre o promotor e a direção do Colégio Diocesano de Calvão.
Em causa estavam as prestações, que o Colégio queria cobrar à Prime Artists, pela utilização do recinto e edifícios. Contudo, o alegado “conflito de interesses”, dizia respeito “à liberdade de expressão dos artistas a convidar, e o direito ao bom nome da Igreja Católica e da doutrina cristã”, reconhece fonte ligada ao processo.
A empresa promotora tinha protocolo com a Câmara até 2016, mas em novembro do ano transato comunicou estar desinteressada do projeto, alegadamente “face ao prejuízo com a edição de 2015”.
Já em 2013, após ter tomado posse, Silvério Regalado anunciou, numa das primeiras reuniões de Câmara, que a continuidade do Vagos OpenAir “estava em risco”, em virtude da edição desse ano ter dado prejuízo “de mais de 50 mil euros”.
O autarca quis ouvir a vereação, e considerou ser “fundamental analisar a proposta”, que iria ser feita pela organização. Queria, ainda, decidir se “tendo em conta o retorno que o festival tem”, o município poderia ou não disponibilizar uma verba para o efeito.
A proposta de realizar um estudo, avançada pelos vereadores do CDS, seria entretanto descartada pelo edil.
A questão ficaria resolvida em dezembro desse ano, com a revisão da cláusula monetária, a qual viria a introduzir um reforço financeiro, traduzido na seguinte configuração: 30 mil euros, em 2014, 25 mil em 2015, e outros 25 mil em 2016. A proposta acabaria votada por maioria, tendo o PS optado pela abstenção.
Eduardo Jaques
Colaborador